CNJ e Enfam realizam em junho workshop sobre aspectos civis do sequestro internacional de menores

Nos dias 2 e 3 de junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) realizam o workshop internacional Aspectos civis do ##sequestro## internacional de menores – HCCH 1980 Child Abduction Convention. O evento é apoiado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

O workshop tem a coordenação-geral da corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza de Assis Moura; do diretor-geral da Enfam, ministro Og Fernandes; e dos juízes federais Daniel Marchionatti Barbosa e Cíntia Menezes Brunetta.

O objetivo do evento é estudar formas de melhorar a qualidade e a rapidez da prestação jurisdicional nos processos de retorno de crianças e adolescentes, nos termos da Convenção sobre os Aspectos Civis do ##Sequestro## Internacional de Crianças (Convenção de Haia de 1980), por meio da reflexão e da disseminação de conhecimentos e procedimentos. A convenção regulamenta o retorno da criança e do adolescente ao seu país de residência habitual, quando retirados dele irregularmente por um dos genitores.

Participarão do workshop magistrados federais, membros do Ministério Público Federal (MPF), da Advocacia-Geral da União (AGU), representantes da Autoridade Central Administrativa Federal (ACAF) e da Polícia Federal.

O evento receberá participantes internacionais – magistrado de ligação e Procurador de Justiça dos Estados Unidos, representantes da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado e membro da Autoridade Central do Uruguai

O workshop será realizado na sala de reuniões corporativas do STJ (primeiro dia) e na Enfam (segundo dia). Os debates são fechados ao público externo, mas os interessados poderão acompanhar o primeiro dia do encontro pelos canais do STJ e do CNJ no YouTube.

Workshop promoverá troca de experiências sobre o retorno de menores sequestrados

No Brasil, para iniciar o procedimento de retorno da criança indevidamente removida do país, a pessoa prejudicada deve procurar a ACAF. É este órgão que aciona a AGU para dar início à ação judicial, que tramita na Justiça Federal.

Embora a convenção mencione que a criança sequestrada deve ser devolvida ao país de origem com urgência, o Poder Judiciário brasileiro nem sempre consegue assegurar esse retorno em prazo razoável.

Uma das razões para a falta de celeridade é a amplitude da produção de provas. Em uma situação delicada como o ##sequestro## de menores, muitas vezes, é necessário realizar avaliações complexas, eventualmente com a análise de provas produzidas em outros países. Outra questão é a cadeia de recursos no direito brasileiro, que pode fazer com que a ordem judicial fique suspensa enquanto estão pendentes apelações e outros meios recursais.

Diante desse cenário, o CNJ adotou uma nova resolução sobre os processos judiciais da convenção de 1980 – Resolução 449, de 30/3/2022.

Todo esse ambiente torna propícia a realização do workshop, no qual especialistas de diversos países serão convidados a trocar experiências sobre os procedimentos de retorno de crianças e adolescentes e apresentar as estratégias atualmente empregadas pelas nações signatárias da convenção.

Primeiro dia terá cinco palestras, com representantes de várias instituições

A abertura do workshop será às 10h do dia 2 de junho. Na sequência, às 10h30, participam da primeira palestra a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 6ª Região Mônica Sifuentes (presidente da mesa) e o jurista Scott Gordon, juiz de enlace para a Convenção de Haia de 1980.

Às 11h30, a segunda palestra fica a cargo da coordenadora-geral de Adoção e Subtração Internacional de Crianças e Adolescentes da ACAF, Fernanda Rocha Pacheco dos Santos.

No período da tarde, às 14h, tem início a terceira palestra, presidida pelo juiz federal Marcelo de Nardi, presidente do Conselho de Assuntos Gerais e Políticos da HCCH. O palestrante é o vice-procurador-geral da Divisão Criminal, Seção de Apelações, Mandados e Julgamentos do Departamento de Justiça da Califórnia (EUA), Anthony da Silva.

A quarta palestra, às 15h, será presidida pela desembargadora do TRF3 Inês Virgínia e terá como palestrante o diretor do Departamento de Assuntos Internacionais da AGU, Homero Andretta Junior. Já a quinta palestra, marcada para as 16h10, terá a presidência da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Daniele Maranhão Costa e a participação do diretor da Autoridade Central para a Cooperação Jurídica Internacional do Uruguai, Daniel Trecca.

A última palestra do dia, com início às 17h10, será presidida pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Fernando Quadros da Silva, e terá como palestrantes o representante do Escritório Regional para a América Latina e o Caribe da Conferência de Haia sobre Direito Internacional Privado, Ignacio Goicoechea, e a diretora jurídica da Conferência de Haia sobre Direito Internacional Privado, Raquel Salinas Peixoto.

Ministra Maria Thereza encerra workshop com apresentação de resultados

No dia 3 de junho, às 9h, será realizada oficina com a participação do desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região Guilherme Calmon e do juiz federal Marco Bruno Clementino.

O encerramento do workshop está marcado para as 14h30, com a realização de sessão plenária presidida pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. Na sessão, haverá a apresentação dos resultados dos trabalhos dos grupos, debate e aprovação de enunciados e de mapa de boas práticas e riscos sobre a matéria.

Mais informações estão disponíveis no site da Enfam.

Este site usa cookies e solicita seus dados pessoais para aprimorar sua experiência de navegação. We are committed to protecting your privacy and ensuring your data is handled in compliance with the General Data Protection Regulation (GDPR).