Em seminário sobre precedentes, presidente do STJ diz que o desenvolvimento nacional depende da segurança jurídica

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Humberto Martins, afirmou nesta sexta-feira (1º) que a retomada do crescimento do Brasil está atrelada à segurança das suas decisões judiciais, por meio da observância dos tribunais ao princípio da precedência.​​​​​​​​​

Presidente do STJ abordou o sistema de precedentes judiciais no país.​ | Foto: Ascom/AMB​
“Não se trata apenas de prestar a jurisdição com o objetivo exclusivo de promover a atividade econômica, pois nossa Constituição possui outros valores fundamentais ligados à dignidade da pessoa humana, que necessitam ser respeitados da mesma maneira”, declarou Humberto Martins em palestra proferida durante o seminário Sistema de Precedentes.

O evento presencial foi promovido, nestas quinta e sexta-feira, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul). O evento ocorreu em Bonito (##MS##).

Sistema de precedentes tem impacto na redução da litigância

Em sua exposição, o presidente do STJ abordou o sistema de precedentes judiciais no país como meio para reduzir a litigância. Martins ressaltou que as decisões divergentes em casos semelhantes geram o sentimento de imprevisibilidade para os atores sociais, políticos e econômicos.

Ele destacou a importância da força vinculante das decisões proferidas pelas cortes superiores para orientar a atuação das instâncias ordinárias. Segundo o ministro, as teses firmadas de forma qualificada não apenas uniformizam a aplicação do direito, mas também funcionam como incentivo à conciliação e à desjudicialização.

“A coerência, a estabilidade e a integridade que trazem os precedentes estabelecem a confiança entre as pessoas, e também entre os operadores do direito. A advocacia, muitas vezes, acaba reduzindo a litigância, porque sabe que determinadas questões já estão definidas pelos tribunais”, observou.

STJ tem a missão constitucional de unificar a interpretação do direito federal

Humberto Martins defendeu a legitimidade do STJ enquanto corte de precedentes formados a partir de inúmeros recursos com origem em diferentes regiões do país. “A uniformidade que brota da atividade hermenêutica do Superior Tribunal de Justiça tem, portanto, a força de norma a ser seguida no País, aplicando a lei de forma igual e gerando a segurança jurídica”, enfatizou o presidente da corte superior.

Martins reiterou, ainda, a necessidade de aprovação da chamada PEC da Relevância – cujo texto tramita na Câmara dos Deputados após as alterações feitas pelos senadores – para que o STJ exerça de forma mais efetiva o seu papel constitucional de promover segurança jurídica na aplicação das leis federais.

Mais cedo, na abertura do evento, o ministro chamou atenção para o aperfeiçoamento da gestão de precedentes no âmbito do Tribunal da Cidadania, por meio do emprego de ferramentas de inteligência artificial capazes de identificar a tese jurídica em comum a diversos casos concretos.

Este site usa cookies e solicita seus dados pessoais para aprimorar sua experiência de navegação. We are committed to protecting your privacy and ensuring your data is handled in compliance with the General Data Protection Regulation (GDPR).